domingo, 3 de setembro de 2017

Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão sobre Cultura, Consumo e Trabalho NECCT

2017.2 começou com força total para o NECCT: Confira informações abaixo:

Grupo de Estudos sobre Teoria da Cultura do Consumidor (TCC).

Público: Alunos dos cursos de Administração e Marketing que tenham interesse em estudar consumo a partir do ponto de vista social e cultural.

Pré-requisitos: Alunos a partir do 3º semestre de Administração e 2º Semestre de Marketing.


Informações: Hommel Pinheiro Lima (Sala de pesquisa) ou pelo e-mail nucleonecct@gmail.com

 1.   Objetivos

Refletir sobre o papel da Teoria da Cultura do Consumidor na contemporaneidade, com o olhar voltado para a sociedade pós-moderna, pois ela entende os significados culturais como sendo numerosos e fragmentados, portanto, vê a cultura como uma amálgama de diferentes grupos e significados compartilhados, ao invés de uma construção cultural homogênea.
Analisar os discursos dos agentes a partir da Teoria da Cultura do Consumidor, sob o olhar de uma família de perspectiva teórica, que vem se destacando por congregar um grupo informal de pesquisadores que, de alguma forma, se identificam com a utilização de uma abordagem cultural para o estudo do consumo e dos consumidores. Assim aqueles que estudam a Teoria da Cultura do Consumidor são conhecidos como Teóricos da Cultura do Consumidor.
Dessa forma, os dois percursos complementares para o estudo da cultura do consumidor são:
·         Culturas do Mercado.
·         Padrões Sócio Históricos de Consumo.
2.   Proposta
A proposta do Grupo de Pesquisa parte da discussão sobre uma escola de pensamento do campo do marketing interessada em estudar o consumo a partir de um ponto de vista social e cultural, ao invés das abordagens econômicas ou psicológicas tradicionalmente utilizadas para estudar o consumo.
            A Teoria da Cultura do Consumidor não oferece uma única e grande teoria unificada, mas sim um agrupamento de perspectivas teóricas que abordam as relações dinâmicas entre as ações dos consumidores, o mercado e os significados culturais.
Com o olhar voltado para a sociedade pós-moderna, Bauman (2007) define o consumo a partir da mercantilização das relações do homem preso a teias de significados, identificando nestas teias o papel da cultura de consumo, transpondo seu raciocínio para traduzir o papel do consumo na constituição dos seres em sociedade. A Cultura do Consumidor entende os significados culturais como sendo numerosos e fragmentados, portanto, vê a cultura como uma amálgama de diferentes grupos e significados compartilhados, ao invés de uma construção cultural homogênea.
Cultura de Consumo é visto como um arranjo social em que as relações entre a cultura, recursos sociais, modos de vida e os recursos materiais e simbólicos de uma sociedade são mediados pelos mercados e os consumidores são parte de um sistema que interliga produtos e imagens, dos quais eles usam para construir identidades e orientar suas relações com os outros.
O processo paradoxal do consumo e sua ressignificação são, em última instância, um intercâmbio de relações, como defende Lipovetsky (2005), apoiado na filosofia do Hiperconsumo. O objeto de estudo desta pesquisa está situado na confluência dessas duas leituras, desses dois eixos de observação do capitalismo contemporâneo: a teoria da cultura de consumo e a produção de relações de consumo a partir dos significados do consumo.

3.   Linhas de Pesquisa:

Linha 01: Culturas do Mercado: envolvendo temas ligados as dinâmicas socioculturais, incluindo comunidades de marca, comunidades de fãs, microculturas de consumidores, subculturas de consumo, tribos de consumo, sendo o mercado um mediador de laços sociais e relações sociais.
Linha 2: Padrões Sócio históricos de Consumo: envolvendo a moldagem do consumo por classes, etnicidade, gênero, e outras categorias sociais habituadas ao consumo sob condições de recursos culturais atenuados, a institucionalização e a reprodução das relações de poder através das hierarquias socioeconômicas.



Motivar 2017

Motivar 2017

quarta-feira, 22 de março de 2017

A GERAÇÃO DE LOJAS QUE NÃO QUER VENDER!


Confira a matéria na integra lendo a revista no varejo só clicar no link abaixo

http://portalnovarejo.com.br/revistaonline/edicoes/53/#p=5

quarta-feira, 8 de março de 2017


Última chamada para as inscrições do Grupo de Estudo!
Primeira reunião dia 11/03/17 as 14:30
Informações pelo e-mail nucleonecct@gmail.com


Última chamada para as inscrições do Grupo de Estudo!
Primeira reunião dia 11/03/17 as 14:30
Informações pelo e-mail nucleonecct@gmail.com

sábado, 4 de março de 2017

GT: Teoria da Cultura do Consumidor (TCC).

1.   Linhas de Pesquisa:

Linha 01: Culturas do Mercado: envolvendo temas ligados as dinâmicas socioculturais, incluindo comunidades de marca, comunidades de fãs, microculturas de consumidores, subculturas de consumo, tribos de consumo, sendo o mercado um mediador de laços sociais e relações sociais.
Linha 2: Padrões Sócio históricos de Consumo: envolvendo a moldagem do consumo por classes, etnicidade, gênero, e outras categorias sociais habituadas ao consumo sob condições de recursos culturais atenuados, a institucionalização e a reprodução das relações de poder através das hierarquias socioeconômicas.

Grupo de Estudos sobre Economia Compartilhada, Consumo e Cultura Empreendedora (2E3C).

1.   Linha de Pesquisa:

Linha 01: Narrativas de Vida dos Agentes da Cena do Empreendedorismo e do Empreendedorismo Social.

 Refletir sobre o papel da cultura empreendedora na contemporaneidade, como manifestação do espírito do tempo, que articula as dimensões da produção, do consumo e do cotidiano. Analisar os discursos dos agentes e instituições do campo do empreendedorismo e do empreendedorismo social presentes. Analisar as narrativas de vida articuladas à cultura empreendedora, em suas vinculações à esfera produtiva, às práticas de consumo e em sua propagação pelo cotidiano.


Público: Alunos dos cursos de Administração e Marketing (demais cursos da FAP) que tenham interesse em estudar consumo a partir do ponto de vista social e cultural.

Pré-requisitos: Alunos a partir do 3º semestre de Administração e 2º Semestre de Marketing (2º dos demais cursos).

Local dos encontros: Sala 05 da Biblioteca João Paulo II (FAP).

Inscrições: Até o 10/03/2017

Total de vagas: 20.

Encontros: Quinzenais

Horário: 14:30h às 17:30h.

Primeiro encontro: 11/03/2017

Informações: Hommel Pinheiro Lima ou pelo e-mail nucleonecct@gmail.com    

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017


GT: Economia Compartilhada, Consumo e Cultura Empreendedora (2E3C).

1.    Objetivos
Refletir sobre o papel da cultura empreendedora na contemporaneidade, como manifestação do espírito do tempo, que articula as dimensões da produção, do consumo e do cotidiano.
Analisar os discursos dos agentes e instituições do campo do empreendedorismo e do empreendedorismo social presentes em plataformas midiáticas, bem como os produtos midiáticos que incorporam a cultura empreendedora em sua constituição, por meio de representações sociais.
Dessa forma, elegemos como objetos de estudo:
a) os discursos midiáticos que promovem e incorporam a cultura empreendedora;
b) as narrativas de vida, relacionadas com o espírito empreendedor, em sua construção comunicacional, em suportes midiáticos ou em situações de entrevista.
c) A questão do consumo é tratada tanto como consumo simbólico, implicado na produção midiática, quanto nos significados das práticas de consumo em projetos empreendedores e de empreendedorismo social – incluindo as narrativas de vida relacionadas à experiência do consumo.
2.    Linha de Pesquisa:
Linha 01: Narrativas de Vida dos Agentes da Cena do Empreendedorismo e do Empreendedorismo Social: Refletir sobre o papel da cultura empreendedora na contemporaneidade, como manifestação do espírito do tempo, que articula as dimensões da produção, do consumo e do cotidiano. Analisar os discursos dos agentes e instituições do campo do empreendedorismo e do empreendedorismo social presentes. Analisar as narrativas de vida articuladas à cultura empreendedora, em suas vinculações à esfera produtiva, às práticas de consumo e em sua propagação pelo cotidiano.

GT: Teoria da Cultura do Consumidor (TCC).

    Objetivos
Refletir sobre o papel da Teoria da Cultura do Consumidor na contemporaneidade, com o olhar voltado para a sociedade pós-moderna, pois ela entende os significados culturais como sendo numerosos e fragmentados, portanto, vê a cultura como uma amálgama de diferentes grupos e significados compartilhados, ao invés de uma construção cultural homogênea.
Analisar os discursos dos agentes a partir da Teoria da Cultura do Consumidor, sob o olhar de uma família de perspectiva teórica, que vem se destacando por congregar um grupo informal de pesquisadores que, de alguma forma, se identificam com a utilização de uma abordagem cultural para o estudo do consumo e dos consumidores.
2. Linhas de Pesquisa:
Linha 01: Culturas do Mercado: envolvendo temas ligados as dinâmicas socioculturais, incluindo comunidades de marca, comunidades de fãs, microculturas de consumidores, subculturas de consumo, tribos de consumo, sendo o mercado um mediador de laços sociais e relações sociais. 
Linha 2: Padrões Sócio históricos de Consumo: envolvendo a moldagem do consumo por classes, etnicidade, gênero, e outras categorias sociais habituadas ao consumo sob condições de recursos culturais atenuados, a institucionalização e a reprodução das relações de poder através das hierarquias socioeconômicas.


Informações: Hommel Pinheiro Lima (88) 3512.3299 Ramal 229 ou pelo e-mail nucleonecct@gmail.com 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

O LUXO ETERNO Lipovetsky


SINOPSE


O filósofo Gilles Lipovetsky, que provocou frenesi nos anos 80 ao colocar o fenômeno da moda no centro das discussões acadêmicas, volta seu poder de análise para um novo objeto de estudo: o universo do supérfluo. O ponto de partida é a constatação de que o consumo de bens luxuosos nunca foi tão grande. Para melhor entender o fenômeno, o autor faz uma ampla "arqueologia" desses bens, desde os tempos sagrados das tribos indígenas, passando pela Antiguidade e pela Renascença, até o dos grandes conglomerados das marcas atuais. E é nos dias de hoje que ele centra o foco. Para Lipovetsky, mesmo em um período marcado pela preocupação com o tempo presente, o luxo se configura como área de domínio da eternidade. A relação dos consumidores é cada vez mais uma relação emocional com as marcas que os fazem sonhar, e isso dá origem a um prazer muitas vezes tão intenso que parece durar para sempre, afirma o filósofo. Fazendo jus ao rótulo de pensador original, a nova obra de Lipovetsky promete polêmica. O segundo ensaio do livro, escrito pela especialista em marketing e gestão de marcas de luxo Elyette Roux, confirma as teses do filósofo com estatísticas e pesquisas sobre o universo dos produtos de alto padrão e analisa o gerenciamento de algumas das marcas mais desejadas da atualidade.
http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe/trecho.php?codigo=11904

Vida para consumo - Zygmunt Bauman

Vida para consumo

A transformação das pessoas em mercadoria

Um dos mais perspicazes pensadores da atualidade, Zygmunt Bauman nos revela a verdade oculta, um dos segredos mais dissimulados da sociedade contemporânea: a sutil e gradativa transformação dos consumidores em mercadorias. As pessoas precisam se submeter a constantes remodelamentos para que, ao contrário de roupas e produtos que rapidamente saem de moda, não fiquem obsoletas. Bauman examina ainda o impacto da conduta consumista em diversos aspectos da vida social: política, democracia, comunidades, parcerias, construção de identidade, produção e uso de conhecimento. E dá especial atenção ao mundo virtual: redes de relacionamento, como Orkut e MySpace, não refletem a idéia do homem como produto?

Lívia Barbosa - Consumo: porque a gente é assim?

Uma das autoras que estudamos em nosso Grupo de Estudo a partir de suas obras:

Sociedade de consumo


Consumir, seja para fins de satisfação de "necessidades básicas" e/ou "supérfluas", é uma atividade presente em toda e qualquer sociedade humana. Nesse livro Livia Barbosa faz uma avaliação crítica acerca dos estudos sobre a sociedade de consumo e o consumo no Brasil, a partir de suas origens históricas e de sua caracterização sociológica segundo a visão de diferentes autores.

NECCT e os Grupos de Trabalho (GTs) para 2017.



GT: Economia Compartilhada, Consumo e Cultura Empreendedora (2E3C).

1.    Objetivos
Refletir sobre o papel da cultura empreendedora na contemporaneidade, como manifestação do espírito do tempo, que articula as dimensões da produção, do consumo e do cotidiano.
Analisar os discursos dos agentes e instituições do campo do empreendedorismo e do empreendedorismo social presentes em plataformas midiáticas, bem como os produtos midiáticos que incorporam a cultura empreendedora em sua constituição, por meio de representações sociais.
Dessa forma, elegemos como objetos de estudo:
a) os discursos midiáticos que promovem e incorporam a cultura empreendedora;
b) as narrativas de vida, relacionadas com o espírito empreendedor, em sua construção comunicacional, em suportes midiáticos ou em situações de entrevista.
c) A questão do consumo é tratada tanto como consumo simbólico, implicado na produção midiática, quanto nos significados das práticas de consumo em projetos empreendedores e de empreendedorismo social – incluindo as narrativas de vida relacionadas à experiência do consumo.

2.    Linha de Pesquisa:

Linha 01: Narrativas de Vida dos Agentes da Cena do Empreendedorismo e do Empreendedorismo Social: Refletir sobre o papel da cultura empreendedora na contemporaneidade, como manifestação do espírito do tempo, que articula as dimensões da produção, do consumo e do cotidiano. Analisar os discursos dos agentes e instituições do campo do empreendedorismo e do empreendedorismo social presentes. Analisar as narrativas de vida articuladas à cultura empreendedora, em suas vinculações à esfera produtiva, às práticas de consumo e em sua propagação pelo cotidiano.


GT: Teoria da Cultura do Consumidor (TCC).

1.    Objetivos
Refletir sobre o papel da Teoria da Cultura do Consumidor na contemporaneidade, com o olhar voltado para a sociedade pós-moderna, pois ela entende os significados culturais como sendo numerosos e fragmentados, portanto, vê a cultura como uma amálgama de diferentes grupos e significados compartilhados, ao invés de uma construção cultural homogênea.
Analisar os discursos dos agentes a partir da Teoria da Cultura do Consumidor, sob o olhar de uma família de perspectiva teórica, que vem se destacando por congregar um grupo informal de pesquisadores que, de alguma forma, se identificam com a utilização de uma abordagem cultural para o estudo do consumo e dos consumidores.
2. Linhas de Pesquisa:
Linha 01: Culturas do Mercado: envolvendo temas ligados as dinâmicas socioculturais, incluindo comunidades de marca, comunidades de fãs, microculturas de consumidores, subculturas de consumo, tribos de consumo, sendo o mercado um mediador de laços sociais e relações sociais. 
Linha 2: Padrões Sócio históricos de Consumo: envolvendo a moldagem do consumo por classes, etnicidade, gênero, e outras categorias sociais habituadas ao consumo sob condições de recursos culturais atenuados, a institucionalização e a reprodução das relações de poder através das hierarquias socioeconômicas.

Informações: Hommel Pinheiro Lima (88) 3512.3299 Ramal 229 ou pelo e-mail nucleonecct@gmail.com 

sábado, 6 de agosto de 2016


                                                                     RESENHA


BAUMAN, Zygmunt. O Segredo mais Bem Guardado da Sociedade de Consumidores.
In: Vida Para Consumo. RJ: Jorge Zahar, 2008. p. 7-35.

Caso 1, Caso 2, Caso 3; assim está dividida a primeira parte desta introdução à
obra Vida Para Consumo, onde Bauman teoriza sobre a transformação das pessoas em
objeto de consumo, e apresenta conceitos como fetichismo da subjetividade .
Os três casos aos quais se refere são matérias folheadas por ele no jornal Guardian, de 2 de
março de 2006.
O Caso 1 trata do sucesso das redes sociais na Internet, websites como Orkut,
Myspace, Facebook, que têm por princípio de uso o intercâmbio de informações
pessoais e detalhes íntimos. Para Bauman, isso não é um fator apenas definido pela
idade, restringido aos jovens, mas uma crescente evidência em todos os setores do que
chama de mundo líquido-moderno dos consumidores , sendo que estes jovens são
apenas aprendizes dentro de uma sociedade confessional notória por eliminar a
fronteira que antes separava o privado e o público, por transformar o ato de expor
publicamente o privado numa virtude e num dever públicos (p. 9-10).
O Caso 2 reflete como sistemas informatizados estão sendo utilizados em
empresas para calcular o valor de seus clientes; a partir disso, por exemplo, uma
pessoa pode acabar esperando mais ao telefone para ser atendida, do que outra. Os
clientes são avaliados e classificados, havendo os mais e menos valiosos, tornando
possível rejeitar consumidores falhos .
Charles Clarke, o ministro britânico do Interior, é o sujeito que gera o Caso 3.
Ele anunciou em 2006 o uso de um novo sistema de controle de imigração, baseado em
pontuações e destinado a atrair somente os melhores e mais inteligentes . Bauman
redefine a frase, dizendo que se trata na verdade de aqueles com mais dinheiro para
investir, e mais habilidades para ganha-lo (p. 11), e afirma que sistemas semelhantes
que reduz os seres humanos à regra do mercado de escolher o melhor produto da
prateleira vêm sendo usado em outros lugares no mundo, sob o nome de imigração
seletiva .
A razão que conecta os três casos é o fato de que as pessoas no mundo líquidomoderno
são estimuladas ou forçadas a se promover como uma mercadoria atraente e
desejável (grifo do autor). Elas são ao mesmo tempo promotoras das mercadorias e as
mercadorias que promovem, e este é o cerne de toda a pesquisa do livro de Bauman. A
sua pesquisa é um acréscimo às perspectivas sob as quais o fenômeno do consumo
moderno vem sendo examinado até agora. Segundo ele, os principais temas do livro são
a invasão, a conquista e a colonização da rede de relações pelas visões de mundo e
padrões comportamentais inspirados e feitos sob medida pelos mercados de produtos,
assim como as fontes de ressentimento, dimensão e ocasional resistência às forças de
ocupação, da mesma forma que a questão dos limites intransponíveis (se existe algum)
ao domínio dos ocupantes(...) (p. 35). A divisão do livro é feita em três capítulos, após
este introdutório, que são especificamente os três tipos ideais propostos por Bauman:
o do consumismo, o da sociedade de consumidores e o da cultura consumista. As bases
metodológicas e a importância cognitiva desses tipos ideais estão incluídas no primeiro
capítulo, consumismo versus consumo .
Alguns dos nomes citados ao longo deste texto introdutório e que embasam a
pesquisa são Siegfried Kracauer, pensador do final da década de 1920; Jürgen
Habermas; Arlie Russell Hochschild; Don Slater; Germaine Greer; Karl Marx; Karl
Polanyi; Bruno Latour; O muito citado hoje Georg Simmel, autor de Sociologia dos
Sentidos ; Anthony Giddens e Ivan Klima, ambos pesquisadores das mudanças relações
familiares e amorosas na atualidade; e John Brewer com Frank Trentmann, em um
estudo sobre as muitas faces do consumismo.
Inicialmente Bauman apresenta os processos de mudança nos pensamentos sobre
mercado e trabalho, assim como as preferências entre empregadores e empregados.
Segundo o autor, o desmantelamento de mecanismos de barganha como sindicatos de
trabalhadores, os processos de desregulamentação e privatização, confluem para o que
Arlie Russel Hochschild chama de empregados chateação zero , que são flutuantes,
descomprometidos, flexíveis e em última instância descartáveis. Fatores como ter filho
e esposa aumentam o coeficiente de chateação para as empresas que querem sugar o
máximo que a capacidade do empregado possa oferecer, ao modelo de um robô e tal
qual naquele filme brasileiro O homem que virou suco .
Define a sociedade de consumidores como aquela onde o encontro dos
potenciais consumidores com os potenciais objetos de consumo tende a se tornar a
principal unidade na rede de interações. O que a diferencia de outros tipos de sociedade
é o embaçamento e em última instância a eliminação das divisões entre as coisas a
serem escolhidas e os que as escolhem (grifo do autor). Para Bauman, na sociedade de
consumidores, ninguém pode se tornar sujeito sem primeiro virar mercadoria (p. 20).
Karl Marx escreveu sobre o fetichismo da mercadoria . Isso se tratava de um
hábito de omitir, nas movimentações mercadológicas, a interação humana, como se as
mercadorias travassem relações entre si a despeito da mediação dos homens. Segundo
Bauman, no caso do fetichismo da subjetividade o hábito é o de ocultar a realidade
demasiado comodificada da sociedade de consumidores. A subjetividade na sociedade
de consumidores é a construção de uma identidade pública através da compra e venda
de símbolos. A descrição do sujeito adquire a forma de uma lista de compras. Dentro
destes aspectos, Bauman faz uma análise de sistemas de agenciamento de encontros na
Internet, onde os participantes se sentem atraídos pela facilidade de escolher os outros
como objetos em uma prateleira - analisando suas qualidades e defeitos - embora haja
um desconforto que aumenta quando se percebe que as complicações de um
relacionamento humano persistem e também que nessas transações eles não só são
sujeitos como também objetos no catálogo de outros. O sujeito se torna, por fim, um
selecionador em uma sociedade de selecionadores, onde todos se escondem ao mesmo
tempo em que se expõem virtualmente, visto que agora, na era dos desktops, dos
laptops, dispositivos eletrônicos e celulares que cabem na palma da mão, a maioria de
nós tem uma quantidade mais do que suficiente de areia pra enterrar a cabeça (p.27).
Para Bauman, a ilusão ou mentira que é base do fetichismo da subjetividade
encontra sempre a mesma barreira, que é a resistência do sujeito humano à
objetificação.
Prossegue sua pesquisa partindo para as relações de amor, em que os cônjugues
são trocados tal qual se espera de um produto que vem de fábrica com uma curta
expectativa de vida (proclamada na estratégia de marketing e cálculo de lucros). As
relações são centradas na utilidade e na satisfação própria, e a principal maneira de
enfrentar a insatisfação é descartar o objeto que a causa. O Amor passa a ser portanto
quase uma ilusão na sociedade de consumo, pois esta se trata muito mais de algo como
ganhar na loteria do que de um ato de criação e esforço. A isso se junta uma idéia
propagada de que o atar e desatar de vínculos seja uma ação moralmente adiafórica
(indiferente, neutra), o que livra o sujeito de qualquer responsabilidade, necessária a
princípio, para com o outro.
Assim, Zygmunt Bauman encerra a introdução de sua obra, realizando um breve
resumo do que será abordado ao longo da pesquisa, e já definindo bem suas bases e
novas contribuições teóricas com uma linguagem simples e clara, no entanto, sem
conclusões, segundo ele, como tende a ser qualquer reportagem enviada do campo de
batalha (p.35).

Saul Edgardo Mendez Sanchez Filho. Mestrado em Cultura e Turismo/DLA/UESC. Pesquisador
bolsista/CAPES. Orientadora: Profa. Dra. Maria de Lourdes Netto Simões. Grupo de Pesquisa ICER